Nos finais do século XIX e inícios do século XX, os problemas de escassez de alimentos em Portugal intensificam-se, levando à aplicação de uma série de descobertas científicas e tecnológicas: fertilizantes químicos e melhoramentos genéticos.

 

 

Estas descobertas possibilitaram o progressivo abandono das antigas práticas, levando a uma especialização dos agricultores tanto nas culturas como nas criações.
 

 

 

 

A modernização da agricultura no século XIX deu-se quando começaram a usar-se sementes selecionadas, adubos, alternância de culturas e a utilização da máquina a vapor nas semeadoras, nos espalhadores de adubos, em ceifeiras, em debulhadoras. Também surgiram novas alfaias agrícolas.

 

 

A vida quotidiana

 

Na segunda metade do século XIX, regista-se uma nova organização social:

a nobreza perdeu privilégios, passou a pagar impostos, viu diminuídos os rendimentos, mas continuou a possuir muitas terras

o clero também perdeu muitos privilégios; as ordens religiosas foram extintas e as suas terras passaram a pertencer ao governo

a burguesia transformou-se no grupo social mais importante e viu a sua riqueza aumentada devido ao desenvolvimento do comércio e da indústria

o povo passou a ter, na lei, os mesmos direitos e deveres que os outros grupos sociais; na prática, continuou a ser o grupo que vivia com mais dificuldades e que desempenhava as tarefas mais duras e difíceis.

 

 

Acabaram com o direito do Morgadio que era a passagem das terras para o filho mais velho.
Dividiram os terrenos baldios e entregaram-nos aos camponeses.

 

 

 

 

A Alimentação do povo

 

A castanha tinha um papel preponderante na alimentação do povo, assim como as hortaliças, a caça, alguns produtos de animais domésticos, juntamente com pão de trigo e centeio. Depois vieram o milho e mais tarde a batata, o arroz e o peixe seco (bacalhau e outros), o peixe de água doce desde há muito era utilizado uma vez que estava acessível nos rios e ribeiras. Gastava-se na alimentação o azeite e o vinho. O arroz doce, as rabanadas, as broas de mel, só nas festas e casamentos.

 

 

 

Nos últimos tempos do século XIX a alimentação da maior parte do povo resumia-se ainda à broa (em geral de milho amarelo, moido nas muitas azenhas espalhadas ao longo dos rios e levadas), hortaliças (couves e nabos), batatas, feijão, arroz, sardinha, azeitonas e bacalhau (sobretudo na Quaresma).

 

 

Só em dias de festa é que comiam carnes e tempêro de carne de porco. As sopas em geral continham pouco caldo, ou eram quase secas, eram postas sobre broa esfarelada e abundantemente regadas com azeite no prato.