O dia-a-dia da população da cidade
As actividades da população
Nas grandes cidades do século XIX viviam diferentes grupos sociais:
·Burguesia: industriais, banqueiros, médicos, professores… viviam muito bem;
·Nobreza;
·Classes populares: viviam mal, desempenhavam profissões e serviços.
carvoeira e lavadeira
èSurgiram novas profissões: empregados dos transportes públicos, Companhia das Águas, Companhia do Gás e Correios.
servente do gás e vendedora de capachos
A burguesia era o grupo mais importante da cidade.
A alta burguesia habitava em ricas e luxuosas moradias, rodeadas de jardins.
A classe média, grupo de burgueses menos endinheirados, habitava nos novos bairros em confortáveis andares.
A alimentação da burguesia e da nobreza era abundante e variada.
Os burgueses tinham um tipo de vida característico. Interessavam-se pela política, pela instrução, pela música e pela moda.
Os seus divertimentos eram dar um passeio pelo jardim – passeio público, ir ao teatro, à ópera e ao café.
A maioria da população urbana do séc. XIX pertencia às classes populares.
As suas condições de vida eram muito más. Para sobreviver, trabalhavam desde crianças em actividades muitas vezes duras e mal pagas.
Desempenhavam inúmeras profissões e serviços.
As classes populares habitavam em bairros miseráveis, sem condições mínimas de higiene e segurança.
As casas eram velhas e apertadas.
A sua alimentação era pobre. Os mais necessitados chegavam a passar fome. O seu vestuário era simples e adaptado à profissão.
A modernização das cidades .
Na 2ª metade do século XIX , Lisboae Portotiveram um grande crescimento e modernizaram-se:
·Avenidas
·Ruas pavimentadas / passeios
·Os jardins foram arranjados
·Novos edifícios públicos: mercados, tribunais, teatros, escolas…
São criados serviços públicos:
·Recolha de lixo
·Esgotos
·Água canalizada
·Iluminação pública
·Bombeiros / policiamento de ruas
·Aparecem os 1º transportes públicos colectivos – “americano” e “chora”.
A vida na cidade torna-se mais cómoda, segura e saudável.
Recenseamentos
O primeiro recenseamento da população portuguesa foi feito em 1864. Durou dois anos e apurou-se que havia 3 829 619 habitantes em Portugal.
Na segunda metade do século XIX a população aumentou; concentrava-se sobretudo em torno de Lisboa e Porto e no litoral norte.
Este crescimento ficou a dever-se à melhoria das condições de vida:
melhor alimentação |
melhor assistência médica | | diminuição do número de mortes | | crescimento da população |
maior higiene |
Ensino
Neste período, os vários governos reformaram o ensino:
o ensino primário tornou-se obrigatório e gratuito;
o ensino liceal alargou-se a todas as capitais de distrito;
foram criadas as primeiras escolas de ensino técnico;
foram criados cursos universitários.
Direitos Humanos
Ao nível dos direitos humanos, os governos portugueses acabaram com situações desumanas:
1852 - abolição da pena de morte para crimes políticos;
1867 - abolição da pena de morte para crimes civis;
1867 - extinção da "roda dos enjeitados", substituídos por hospícios;
1869 - abolição da escravatura em todos os domínios portugueses.
Um rápido crescimento de Lisboa e do Porto tinha criado aglomeração, fome e terríveis condições de vida para o povo das cidades, por vezes acabado de chegar da província. Entre 1890 e 1911, a população de Lisboa e do Porto aumentou cerca de 50 %. (…)
Subiu o custo da comida e do alojamento, surgiram doenças, tais como (…) gastroenterite e tuberculose. Os salários dos operários não acompanhavam o aumento do custo de vida e o dia de trabalho era muitas vezes de 12 a 14 horas. (…) Os camponeses trabalhavam de sol a sol, com salários de fome (…)
D. Wheeler, História de Portugal, 1910-1926 (adaptado)
Identifica as cidades que mais cresceram no século XIX e explica como viviam os operários e os camponeses.
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